domingo, 28 de agosto de 2011

folga inevitável

A rotina já me cansava e o dia anterior não tinha sido o melhor, de todo. O meu sorriso parecia ter desaparecido durante umas horas , e assim que adormeci sonhei que no dia seguinte pudesse estar tudo normal. Mas não estava, como é lógico. E assim que fui acordada pela minha mãe que se sentou na minha cama ás 7.30 da manhã e me disse : "Vá para de chorar". Eu olhei e pensei : "podia ter sido mais discreta, mas pronto". Deu-me festas na cabeça durante cinco minutos e disse-lhe com uma voz já tremida : "quero sair daqui, posso ir dormir a casa da avó ou assim? " E ela muito espantada, pois não é hábito querer lá ir, aceitou. Arrumei umas quantas roupas e outros pequenos acessórios e pus-me andar daqui. Precisava de uns dias para pensar , mais uma vez. E acima de tudo , precisava de sair uns pequenos dias da rotina. Precisava de outro quarto e de outra cama.E de preferência sem tantas memórias guardadas e prontas a serem relembradas. Precisava de levantar a cabeça fora dali. Por isso mesmo é que deixem de pensar nos assuntos que me arreliavam e que causavam uma dor enorme no meu coração. Não sou vitima nenhuma , mas lá que doí , doí. Lá que eu sinto falta de certos apoios, sinto. 
Entrei naquele quarto já muito comum meu e deitei-me na cama para navegar um pouco nos meus pensamentos soltos. Agarrei-me ao urso que em pequena costumava ser aquele com que eu dormia todas as noites, e adormeci depois de ler uma pequena história num livro bastante conhecido meu. 
Confesso que passados três dias ainda me faz confusão tal circunstância. Sinto saudades, muitas saudades. E talvez seja essa a razão que me faz pegar neste computador e escrever este texto. Porque todo este texto, é apenas para mostrar que as saudades estão cada vez a aumentar mais. E que eu não consigo inverter isso, mesmo que tire folga deste sitio e aterre noutro completamente diferente. Não apagou nada , nem adiantou de nada. Apenas para sair um pouco da rotina, para não me fartar uma vez mais. 
Sinto que não perdi nada , nem ninguém. E talvez seja essa a razão pela qual o meu sorriso permaneça mesmo agora.Porque eu sei que os verdadeiros amigos, não nos abandonam. Sei que o que é nosso volta. Por isso mesmo é que encaro isto facilmente. Sei que um dia tudo irá voltar ao lugar. Minha querida, este texto é para ti. Esta pausa na nossa amizade é só mais uma entre muitas. E eu sinto-me culpada por parte deste problema. Errei, tens razão. Fui fria demais contigo e arrogante. Mas ciumes? não minha linda, nunca foram ciumes. E um dia vais perceber isso melhor que ninguém. Aliás, vais perceber por ti própria e mais não digo. Um dia a nossa amizade volta. Um dia volto-me a confessar a ti.Mas até lá , só me resta viver a minha vida como se nada tivesse acontecido.Faço-me de forte para que ninguém note a tua perda na minha pessoa.  Tento recompor tudo ao máximo e arranjo o nosso palco até à tua chegada. Porque , assim que chegares vamos arrasar mais uma vez. Como sempre o fizemos. Vamos mostrar a nossa amizade e cumplicidade a todo o mundo. E definitivamente, isto é um afastamento. Nunca poderia ser um fim, para nós nunca haverá um fim. 


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