terça-feira, 17 de maio de 2011

17.

Falaste-me ontem como se nunca tivesse acontecido nada entre nós. Como se nunca me tivesses dito nada do que disseste e como se não te conhece-se como conheço. Falaste-me do nada. Mais uma panca tua. Não te falei mal, porque sinceramente não quero ter discussões contigo. Falas como nunca me tivesses falhado, como se nunca me tivesses magoado, como se nunca me tivesses desiludido, como se nunca tivesses errado comigo. Se calhar , nem sabes o quanto chorei por ti à umas longas semanas atrás. Sim chorei, chorava todos os dias. Mas isso já passou. A ultima vez que chorei por ti foi na quinta feira passada, e foi chorar mas chorar bem. Sentia-me muito culpada, embora tudo eu senti-me muito mas muito mal. Não chorei mais por ti e por ninguém desde ai. Ontem como falamos disse que te ia dar os parabéns pessoalmente, e tu disseste que não era preciso e para eu não levar a mal. Mas como é óbvio levei. Hoje de manhã , acordei e comecei logo a pensar em ti e naquilo que me disseste. Fiquei dois segundos a olhar para o tecto e levantei-me. Estava decidida a não te dar os parabéns , estava mesmo. Talvez pela maneira como disseste o que disseste. Mas eu queria, queria mesmo dar. Há imenso tempo que o queria fazer, e da maneira mais perfeita possível, porque hoje é o teu dia. E hoje , pelo menos hoje eu queria estar mesmo bem contigo. Sei que estamos razoavelmente bem , mas não o suficiente.
Estava mesmo decidida a não te falar. Passas-te e vi dar-te os parabéns, limitei-me a ignorar. Mas depois houve uma pessoa que fez com que mudasse de ideias. Uma pessoa que raramente se engana e que quer tudo de bom para mim. Disse-me para te dar na mesma, porque na verdade eu queria dar. E prontos convenceu-me e disse para que logo que te visse que te desse os parabéns. E pronto, vi-te passar por trás de mim, virei-me de repente para trás , pus a minha mão no teu coração e disse 'parabéns'. Continuaste a olhar o horizonte , pelo o que me disseram disseste 'obrigada'. Encostas-te a cara e dei-te dois beijos na cara. Sim pelo que me disseram agradeces-te. Mas sinceramente não me lembro. Estava tão concentrada na parte em que estava contigo, perto de ti a sentir a tua respiração que já nada importava. As palavras não importavam, só importavas tu. Depois foste embora , e eu sorri. Fiquei bastante contente porque sabendo como és podias bem ter-me ignorado. Mas não o fizeste, por uma razão que só tu sabes. Não te vou perguntar qual foi, não me interessa. Mas gostei do teu olhar e do teu gesto. Deu para o meu dia correr bem. Pelo menos para mim. Para ti não sei. Se foi insignificante ou não, é só uma questão que não quero que exista resposta. Nem quero saber. Só sei que te amo e que fico milhões de nervosa quando estou contigo. Sabes bem o que já passamos e espero que nunca te esqueças disso, embora pareça que sim.

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