domingo, 4 de dezembro de 2011

You slow it down*

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Nove meses é muito tempo. São muitos meses, muitas semanas, muitos dias, muitas horas, muitos minutos, demasiados segundos. Tempo suficiente para refazer a minha vida. E a verdade é que eu já a refiz. Á minha maneira, mas sim. Desfies-me da tua presença. Desfies-me do teu rosto pela manha, e da tua voz durante a noite. Despedi-me dela como se fosse a ultima coisa a fazer neste Mundo. E desde ai, ela deixou de me incomodar ao anoitecer. Deixou de entrar nos meus sonhos á socapa. Deixou de invadir as minhas manhãs e de as deixar monótonas, como dantes. A minha mente já nem sabe procurar tal refugio, essa tal voz fugiu definitivamente. Partiu decidida, como tu. Pois passado tanto tempo, eu já não me lembro dela. Já não me lembro de tal timbre. Já não me recordo de tal voz. Tal como já não me lembro de ti. Quer dizer, lembro quando tenho que lembrar...digamos. Tu ensinaste-me a deixar as pessoas que partiram pelo o seu pé, vaguear e eu tive que aplicar tal lição. Ensinaste-me a cuidar sem dar demasiados indícios. Ensinaste-me a sentir falta , num silêncio constante. Ensinaste-me a ser ainda mais impulsiva e precipitada, mesmo que isso não me deixe satisfeita. Ensinaste-me a fingir que nada importa nos momentos mais inquietantes. Ensinaste-me que nem todas as pessoas merecem o nosso sorriso, e nenhuma merece total entrega. Temos que ter os pés bem assentes na terra, necessitamos de ter os olhos bem abertos até para as minimas coisas. E com toda a etapa que criaste na minha vida, eu tive que arquivá-la, como fiz com todas as outras. O sentimento parece já ter evaporado, portanto já nada me prende. Sê feliz, muito feliz. Não te guardo rancor, apenas magoa. Mesmo que acima de tudo continue a cuidar de ti, aliás, como sempre fiz, e como sempre te prometi. "It's always have and never hold,so few come and don't go.I'll look after you."